A torre da sede tem uma característica única na Europa Ocidental e possivelmente em todo o mundo.
É regularmente atingida por relâmpagos, cem em média por ano, o que faz dela um excelente campo de estudo.
"O que fazemos é medir a carga elétrica que é transferida das nuvens para a Terra. É como um choque elétrico que atinge uma pessoa quando toca numa tomada. Neste caso, medimos essa descarga e isso permite-nos descobrir quanta carga está a ser transferida das nuvens para o solo", explica Marcos Rubinstein, cientista na Universidade de Ciências Aplicadas, na Suíça.
O relâmpago é também uma fonte única de campo eletromagnético.
Não existe algo semelhante na natureza ou mesmo feito pelo homem.
Produz campos basicamente em toda a faixa de frequências, desde frequências muito baixas a frequências de rádio, microondas, raios X e raios gama
"O que estamos a fazer é medir estes campos eletromagnéticos, o que nos ajuda muito a entender os mecanismos físicos, mas também nos permite validar o modelo teórico que estamos a desnevolver para simular o efeito dos relâmpagos e proteger as estruturas de um raio.", explica o especialista Farhad Rachidi, cientista na Universidade de Lausanne.
A modelagem de todas estas informações permite que os cientistas entendam melhor o processo de formação de raios e desenvolvam um sistema de proteção.
Estes especialistas, em Paris, trabalham no projeto europeu Laser Lighting Rod (LLR) onde estão a testar um instrumento baseado no uso de descargas de raios ascendentes, iniciadas por um poderoso laser.
"A idéia de querer controlar o raio por um laser não é muito recente. Começa com a idéia de que, graças ao laser, podemos projetar energia a uma longa distância. Gostaríamos de usar o laser para criar um caminho preferencial para o raio, para fazer uma espécie de guia que cava o ar usando impulsos a laser muito poderosos", explica Aurelien Houard, coordenador do projeto.
Os testes de laboratório reproduzem um raio numa escala de um ou dois metros, mas no futuro o instrumento tentará lidar com raios reais, de algumas centenas de metros a mil metros de comprimento.
"Instalamos um pequeno para-raios próximo ao laser, para o qual orientamos os raios e todas as cargas elétricas que retiramos da nuvem, o que permite proteger o laser e também levar a corrente ao solo para proteger tudo o resto.", conclui o coordenador do projeto Aurelien Houard.
Este tipo de sistema baseado em laser pode ser facilmente implantável para a proteção de instalações especialmente vulneráveis, como centrais elétricas, instalações nucleares, aeroportos, plataformas de descolagem, mas também para grandes grupos de pessoas.
Fonte:: RealScience / Euronews